Com o avanço do novo coronavírus, o trabalho à distância se tornou uma prática para grande parte dos brasileiros. Embora seja uma realidade em alguns setores, como no setor privado, o home office representou ao setor público um espaço de experimentação.
Sem uma estrutura preparada e planejada para essa transição, servidores públicos se deparam com alguns desafios nesse atual momento. O acesso a equipamentos de trabalho, uma boa rede de internet, um espaço adequado e tranquilo, o entendimento das tarefas a serem realizadas e novos softwares são alguns deles.
Além disso, existem também as questões emocionais, a conciliação de trabalho e tarefas domésticas em um mesmo ambiente.
Essa brusca mudança para o trabalho remoto mostrou que a inclusão digital e o acesso à tecnologia no Brasil são precários. No país, temos uma população que, em sua grande parte, utiliza a internet pelo celular ao invés de um computador, prejudicando o andamento de atividades requeridas no trabalho.
Segundo a pesquisa TIC Domicílios de 2019, apenas 20% da população urbana tem acesso à equipamentos de mesa, como o computador; na zona rural, este número é de apenas 7%.
Quanto aos celulares, a porcentagem é de 96% na população urbana e 93% na população rural, ou seja, o celular é um dos maiores possibilitadores da inclusão digital. Já o acesso a internet é de 67% no Brasil; em áreas urbanas chega a 70% e em áreas rurais apenas 44%.
Ainda há muitas pessoas sem acesso à ferramentas básicas, como um computador e uma internet em casa. Quando analisa-se ambos, equipamento e internet, o dado cai ainda mais, apenas 16% da população rural tem esse acesso.
Assim, enquanto o acesso à internet não é democratizado, servidores públicos se deparam com falta de estabilidade e acessibilidade de Wi-Fi e sinal 3g, falta de equipamentos como o computador e poucas habilidades diante de ferramentas tecnológicas que só podem ser acessadas pelo celular.
Neste episódio do Coisa Pública, eu e Natália Almeida falaremos sobre o cenário do Trabalho à Distância, tema que foi discutido nos encontros online do Solução Pública, projeto do CLP que colocou servidores públicos, de diferentes regiões do país, para conversar sobre suas dificuldades no atual momento.
Para isso, vamos conversar com Glória Maria, líder MLG e diretora de Letramento Digital na Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia na Prefeitura de São Paulo; Isabela Fátima, professora do curso de Turismo na UFR-RJ, no Rio de Janeiro; e com Edina Reis, coordenadora do EJA – Educação de Jovens e Adultos na cidade de Itacoatiara, Amazonas.
Fonte: CLP