Defesa Civil mostrou a Bruno Cunha Lima há nove meses que prédio da PMCG poderia desabar e matar pessoas

Defesa Civil mostrou a Bruno Cunha Lima há nove meses que prédio da PMCG poderia desabar e matar pessoas

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Jornalista Marcos Marinho

O problema no prédio secular (tombado pelo Patrimônio Histórico do Estado) que abrigava até a última semana a secretaria de Finanças e a da Administração do Município, que está na iminência de vir ao chão conforme reportagem publicada n’APALAVRA, com exclusividade, é bem mais sério do que se imagina, oferecendo riscos à população desavisada que transita nas suas proximidades, inclusive o grande público usuário do Shopping Cirne Center, localizado em uma das laterais da edificação.

Lamentavelmente, mais grave ainda é o comportamento do prefeito Bruno Cunha Lima, que além de estar sendo acusado de irresponsabilidade na condução da gestão pública, pode também ser classificado como negligente e omisso, uma vez que há nove meses – tempo de uma gestação humana – foi advertido sobre o caso e até aqui nada fez, mesmo tendo recebido alerta do Ministério Público através do promotor de Justiça Hamilton de Souza Neves Filho, que em 30 de maio passado pediu à Defesa Civil da PMCG a expedição de um laudo técnico sobre os estragos no local.

 

MPPB, através do promotor Hamilton de Souza Neves Filho, pediu providencias
MPPB, através do promotor Hamilton de Souza Neves Filho, pediu providencias

 

Ao ser acionado pelo MPPB, o coordenador da Defesa Civil de Campina Grande, Ruiter Sansão, imediatamente enviou à autoridade judicial Relatório que engenheiros (GRACO JOSÉ FARIAS BARBOSA DE ALMEIDA e EMANOEL ARMANDO TEIXEIRA) da sua repartição elaboraram em outubro do ano passado para atender solicitação do secretário municipal de Obras, atestando assim que tanto ele como o prefeito já tinham naquela época conhecimento da gravidade da situação.

Coordenador da Defesa Civil mostrou gravidade do problema há nove meses ao prefeito e ao secretário de Obras
Coordenador da Defesa Civil mostrou gravidade do problema há nove meses ao prefeito e ao secretário de Obras

 

A inspeção da Defesa Civil foi realizada nos dias 26 e 27/10/2022 e verificou as condições que se encontram as fachadas da edificação, levando em conta as condições da estrutura, pintura, marquises, esquadrias, estanqueidade dos sistemas de vedação verticais, janelas, coleta e destino das águas pluviais, e sistema de impermeabilização.

O documento revela que “as marquises apresentam avançado grau de corrosão nas armaduras e está ocorrendo desplacamento de concreto nas áreas mais afetadas no processo de oxidação”, recomendando dessa forma que as mesmas “carecem de uma recuperação estrutural urgente pois está colocando em risco a segurança dos usuários da edificação e também de usuários externos da calçada”.

A Defesa Civil adverte que “como se trata de uma inspeção superficial de caráter sensorial, só é percebido falhas ou manifestações explicitas”, o que significa mensurar que os estragos são bem maiores que aqueles atestados pelo Relatório.

Mais: “O prédio possui falhas em pilares e vigas das fachadas, corrosão de armaduras e desplacamentos de massa de concreto estão presentes em vários elementos estruturais externos. E assim como nas marquises, alguns pilares e vigas carecem de recuperação estrutural feito por profissional habilitado com o devido método e materiais específicos de acordo com normas e projeto”.

A pintura encontra-se danificada, apresenta vários pontos com eflorescência, além de manchas de mofos e bolores.

O Sistema de Captação de Águas Pluviais mostra a tubulação com várias falhas, entupimentos por falta de limpeza, canos com conexões soltas, calhas entupidas e sem impermeabilização. Parte desse sistema passa pela fachada do prédio, segundo mostra o Relatório, o que facilita o nascimento de vegetação.

Em virtude de falhas no sistema de captação de águas pluviais, como entupimentos e vazamentos na rede, “o mesmo deixa a área em torno desse sistema com umidade, condicionando para o nascimento de vegetações de grande porte que vem a afetar áreas estruturais do prédio, sem falar da constante manutenção que é preciso ser feita para minimizar tais problemas”, aponta o estudo da Defesa Civil.

Já o sistema de coberta da edificação está, em parte, comprometido, com telhas quebradas, declividade deficiente e falta de impermeabilização adequada. Na vistoria a equipe observou que foram instaladas máquinas de ar condicionado na periferia da fachada e o acesso para manutenção se dá pelo telhado sem nenhuma proteção, o que compromete o sistema de coberta e favorece as infiltrações nas lajes.

A fachada está com falhas na estanqueidade, janelas com vidros quebrados, paredes com trincas e fissuras no reboco e esquadrias deficientes em toda edificação.

O prédio se encontra com falhas no sistema de esquadria, vidros quebrados e ferragem oxidada.

As instalações elétricas são expostas na fachada, o cabeamento de dados lógicos é solto e exposto pela superfície das fachadas do edifício e existem várias máquinas de ar condicionado fixadas nas paredes externas.

Quanto ao revestimento externo em reboco, o mesmo possui fissuras, desplacamentos e marcas de infiltrações comprometendo a vedação vertical do prédio.

Outro ponto grave observado pelos técnicos foi a não identificação de um sistema de proteção contra descarga atmosférica (para raios).

CONCLUSÃO